Queria ter saído, eu, de um livro de romances!
Porque assim as coisas caminhariam pela vontade de alguém
Como se deus fosse de fato um escritor
E não apenas um criador
Assim as coisas seriam da parte pelo todo
Propositalmente bem encaixadas
E os diálogos não ousariam mais que polissíndetos e aliterações…
E mesmo que as comparações não tivessem em si…
Um como, ou do mesmo modo…
Seriam, assim, propositalmente comparações…
Interligando ainda mais as coisas…
Se fosse eu Capitu pulada da página
E do poder que tinham seus olhos oblíquos,
E fosse meu amor o Pequeno Príncipe…
E dele fosse o amor das raposas…
Então a vida seria mesmo tecida por um só homem com uma pena.
E se fosse assim…
Oh! Vida! Se fosse…
Não seriamos, nós, frutos das vontades…
Vontades nossas e dos outros
Desejos quaisquer de cada um que de fato exista ou tenha existido
Seriamos, então, fruto de uma só coerência.
E não da coerência de tantos que não fazem coerência alguma
Livre então das imprevisibilidades da vida.
Teríamos então o requinte de um final bem pensado,
Um começo arquitetado.
Seriamos, nós humanos e criaturas vivas, plantas à pena de um nobre arquiteto…
Um nome só que tivesse uma mente só, por mais divina que fosse…
Esse escritor nos governaria a caminhos que merecêssemos…
E não seria um Deus cheio de benevolência que muitas vezes tenta em vão
Salvar-nos do que decidimos divino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário