Eu amo o que eu vejo e ainda mal sei ver
E amo música e ainda mal sei ouvir…
Amo o que ainda me é tão pouco…
Então se amo o que ainda é,
E gosto das coisas como as sinto agora,
E mal posso caber em mim de tanto amor por elas que sinto!…
E mal posso vê-las pela metade, quem diria por completo?!…
E não agüento o quanto imensas elas já são dentro de mim…
Se isso, o quê de quando forem de seu tamanho real?
Ou mesmo pouco maior do que as posso sentir?
Se sinto-as tão pequenas partes de mim
E ainda assim me sinto transbordando delas,
Serei eu cada vez maior e mais sensível do que sou?
Serei eu cada vez menor e me conformarei com a ignorância de não saber da totalidade das coisas, sem nem mesmo tê-las buscado?
O que será de mim quando eu ouvir tudo o que a música tem para tocar…?
O que será de mim quando eu puder ver tudo o que ainda falta para ver…?
Explodirei de tanto, e acabarei?
É assim o verdadeiro final das coisas?
Encher-se de tudo como um balão e finalmente não caber mais?
E será que todas as coisas chegarão um dia a caber tudo o que há?
Que coisa será eu? Caberei eu um dia em mim mesma?
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