terça-feira, 27 de novembro de 2007

ahhhh
Ando pelas ruas e os olhares me seguem....
As flores me seguem
O rio.
As nuvens...
As bengalas dos velhinhos...
as gotas de chuva....
O bêbês sorriem...
As joaninhas batem palma...
Mas o que há com as todas estrelas que, durante a noite, não me olham?
O que há com o poder todo que há?
Ha!Ha!ha!
A mentira vem brincar...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Ouvi essa frase uma vez do meu pai...pode já ter sido bastante dita...mas complementa...

Deus não joga xadrez com os homens...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Canto XXI

Porque eu acredito em Deus.

Permitam-me fazer uma pequena observação sobre o assunto: se Deus é como andaram me dizendo durante o fim de semana, não o amo, nem temo. Não gosto deste ser chato e nada poético. Um Deus não pode ser simples, estático, previsível tal como: uma rosa é uma rosa. Por quê? Por que é, ora essa! Se Deus é chato, e os céus lugar morno e sem vibração, não tenho a mínima vontade de dar uma volta por lá. Na verdade, acho que recusaria.
Deus não é estático nem pode ser definido com um “ora essa”. O que aprendi sobre Deus veio de respostas a perguntas insuficientes: Quando? Onde? Como? Quem? Quanto? Embora desconfie que a verdadeira pergunta, cuja resposta prove a existência d ‘Ele possa não ser nenhuma destas, ou jamais possa ser formulada.
A questão não é saber o quanto Ele é bom, ou que criou a terra numa semana e descansou no domingo. Que fez primeiro o mar depois a terra, ou vice e versa. Ou até mesmo se foi Ele que o fez. Porque essa história toda de sete dias, terra, mar, Adão e Eva podem até não ser verdade. Quantos tabus eu já vi cair nessa minha curta existência. Afinal, gente trocando de coração, rim e córnea hoje, na Idade Contemporânea, é muito normal. A questão não é mesmo essa. Por quê?
Quando pergunto se Deus existe a maioria responderá, com certeza, um grande “Claro! Ora essa!”. Mas se pergunto: Por quê? Gaguejam e não respondem. Por quê? Provavelmente não haja respostas. E não haverá jamais. Porque uma possível resposta, em sequência, será questionada indefinidamente. Um carro sem freio. Cuidado! A gente pode acabar descobrindo que a galinha nasceu primeiro que o ovo (tese que eu sempre defendi) Aí estará DEUS.
O que torna Deus tão maravilhosamente existente em nossa vida é porque não há porque existir e, mesmo desta forma, responde todos os outros porquês que já feitos. Porque é, assim, um paradoxo. É a resposta para a própria pergunta.
Seria bom se tudo se resumisse a figura de um velhinho japonês (ou seria paquistanês?) que sabe demais, enfadado desta bestidão toda de não existir e saber de tudo criou coisas com vontade própria afim de, observando, se surpreender. Criando, a essa coisa o criou. Imagino-O sorrindo de nossas dores primordiais e angustias existenciais, atolados em tarefas inúteis em busca, imagine só, D’ele. O velhinho, mesmo como o fanatismo sufocante, pega nossa mão quando a cuca vem pegar. Faz cosquinha no boi da cara preta. Assim, justificam-se tantos motivos para amá-lo. Conte-me a história de quem não ama o vovô bonzinho.
O resto, louco e pouco provado, como é; não importa.

Canto XX

Entrei numa onda de torpor
Ouço vozes mas não as compreendo.
E nem o quero.
Me vou indo sem ir numa frequencia alheia
Minha cabeça gira
E também tudo parece falso
Também, tudo gira
A paisagem parece falsa
Que adianta ser verdade,
Se sinto nauseas dessa realidade?

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Canto XVI

Sobre a dança

Há este grito de loucura
sobre meus pedaços no chão
Ergue tudo e possui tudo, essa paixão
Engravida meu corpo que lhe é combustível,
Desta possessão de mim por meu eu
E sou puro grito e sofreguidão
Sobre as ponta dos pés sangrando

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

CantoXV

Não tenho medo do que fui, ou do que sou
Não há razão para temer os paradoxos
Não há razão para temer o caos
Vivi tudo como quem bebe um copo d'água

A loucura não me punha entrada pela qual sair
Posta no meio só fiz continuar andando.
Dançando em teclas de piano.
A vida é um caos porque é um paradoxo, ou é um paradoxo porque é um caos?

A confusão não mais me confundia, confusa estive?
Tudo que fui, mesmo que sendo, o futuro serei?
SE continuo andando, paro, fico, ou me estagnei?

Não há razão para temer o que não se entende
Minha natureza é um vasto campo gramado.
Não há caos ao qual não me adapte, ou paradoxo que não tenha amado.
(Brena Bela)