terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sozinha, acompanho os sons que parecem perto, parecem perto e,
ainda antes de chegar se afastam...
Enlouquecida divirto-me mais na suspeita do que quando, mesmo,
O rosto imaginado se figura; material
O som não é palpável, me dou com ele.
Talvez eu também o seja.
Atravessando os outros; e tudo... Eternos além da percepção

Tudo produz som. Eu me dou com ele.
Devo ser parte de tudo. Ou, apenas,
me dou com tudo...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O ENEM X Nova Gripe – Um ano desastroso para os vestibulandos

Nós nunca amamos tanto nossos professores de biologia. Enquanto o universo escolar se preocupa com o vestibular e as mudanças deste ano é reconfortante ter alguém que nos assuste com segurança. A nova gripe, com absoluta certeza, teria feito mais estragos na época dos vestibulares unificados CesgranRio e FuVest, mas não deixou de agredir nosso ideológico Novo ENEM.

As escolas da rede pública não receberam verba para os cuidados necessários para a prevenção de contaminação e, vergonhosamente, na rede estadual as janelas foram lacradas para acompanhar o funcionamento de ar condicionados centrais, assim as aulas não podem recomeçar, até setembro ou além. Mantendo a, ainda mais, passos atrás os estudantes em favor dos quais o Novo Enem foi instituído.

A Educação Pública nunca marcou bons pontos e, para esses estudantes, ingressar na universidade já era um desafio fora do normal; a gripe suína virou o Enem pela culatra, pois, agora, além de enfrentar os problemas da educação e, para muitos, a jornada de trabalho, o que prejudica os estudos, têm também de dar conta das mudanças do Exame Nacional. Exame esse, que se tornou mais difícil e extenso. São 180 questões, e muito parecidas com as questões do Vestibular UERJ, considerado um dos mais difíceis do estado.

Para diminuir os estragos da gripe, que pudessem, se não for pedir muito, ao menos, garantir material descartável para a higiene, álcool em gel 70%, e orientar para que evitem contatos físicos. Se não se pode pensar com mais cuidado no futuro escolar dessas pessoas, pensemos na saúde.

Obs.: Cresce ainda o número de adolescentes grávidas vindas de família de baixa renda, que frequentam essas escolas desprotegidas. A mortalidade pela nova gripe, para esse grupo, é de quase 40%. Quer dizer que para cem grávidas contaminas, morrem quarenta.

sábado, 15 de agosto de 2009

Resposta de Super Herói

Puta merda!!!
Me fez chorar? Não...me fez passar vergonha engasgando ao tentar ler o "meu novo" bilhete!
Com vc não farão nada! Fica tranquila... almas assim como a nossa não são atingidas por catastrofes físicas.... nesse caso só se ferem aonde dói menos... o que são pernas e braços e dentes, quando a cabeça da gente continua sã! Quando o coração continua inteiro!!! A nós (super-herois de merda-ahuahauha) machuca mais um amor mal resolvido, a briga com um amigo, saudade... essas coisas simples que aos olhos dos demais não parecem tão importantes...
e não farão nada,também, porque EU não vou deixar! Não é porque estou de folga um tempinho que diminui! E mesmo que façam....outras pessoas (BRILHANTES)como vc serão novos super-heróis!!! Porque a gente vai continuar enchendo o mundo de idéias, músicas e bom humor....
te amo incomensuravelmente
aaah!!!
vc tem razão... preciso mesmo que vcs - minhas heroinas de agora me ajudem e não deixem nossos castelos de sonho perderem o brilho!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Como a vida devia ser

A sala cheirava a canela, um cheiro que vinha do fogão da cozinha, no sofá ela assistia um filme de amor, ele deitava-se em seu colo, os cabelos em carícia, quase dormia. Alguma coisa sobre casais assistindo a filmes juntos representa harmonia. O modo como ele lhe abraçava as pernas, confiando a ela o amparo de seus pensamentos. Permitir que ele dormisse é outra concessão comum e voraz de assumir a calma.

- Sabe o que eu estava pensando?

- hum... – sonolento

- Que se você pudesse ouvir tudo o que eu penso, como se fosse você pensando, mesmo sabendo que eram pensamentos meus...

- Isso seria extremamente invasivo e geraria terríveis conflitos! – ele ajeitando-se nas pernas para poder olhá-la.

- Não! Me deixa falar, ia ser justamente o contrário, por que eu tenho auto-censura, tudo o que eu penso de ruim, eu penso que não devia ter pensado, logo em cima, e ainda me sinto culpada.

- Mas e as coisas que são ruins para mim e você pensa, achando que são boas?

- Essas coisas, são as coisas que você pensa que eu vou pensar, mas quando me pergunta eu nego, e mesmo assim você acha que eu só neguei pensar para não te deixar triste... Mas no fundo você já esperava que eu pensasse essas coisas.

- Pode ser...

- Se você pudesse ouvir todos, completamente, meus pensamentos, e eu os seus, no fundo, não brigaríamos, mas entenderíamos ainda mais as atitudes imaturas, os comportamentos inesperados... As vezes os porquês redimem as atitudes, por mais coisas ridículas que se possa fazer!

- É... Inteligente... utópico mas... – ele riu.

- Mas o quê – ela lhe espelhou o riso.

- Mas não seria como tentar rimar com ônibus? As pessoas são muito diferentes!

- Essa é a graça!

- Mas se elas se conhecessem tão profundamente... Não ficaríamos todos, meio, iguais? Quero dizer, no fundo, a gente é sempre controlado por versões diferentes dos mesmos sentimentos; medo, vaidade, prazer...

-Mas não seria interessantes perceber como as experiências diferentes de cada um se associaram com esses sentimentos? De que forma, o que aconteceu pra você ser mais vaidoso que eu, pra eu ter medo de sapo e você não gostar do mar?

- Nossa, mas você é tão inteligente... – e toda filosofia se desmonta pela barganha de um sorriso.

- Inteligente o suficiente pra eu ganhar um beijo?

- Não!

- Como não?!

- Meus beijos não são comprados, assim, por pensamentos inteligentes!

- Como eu compro seus beijos, então?

- Ah! Não sei... Canta pra mim...

domingo, 9 de agosto de 2009

Carta que escrevi para o meu pai, no dia dos pais!

Eu não tenho muito que dizer, por que tenho sono, e quando estou com sono e durmo no sofá você me pega no colo e me leva para a cama. Dormindo, eu sonho, e de manhã tenho vontade de lhe contar meus sonhos, por que você os quer ouvir. Quem ouve os sonhos está sonhando junto, e ideologicamente, pensado sobre a vida, nós planejamos nossas vidas juntos. E ainda, sim, livres.
Quando paro para ler o jornal, tenho certeza, podemos ter um pelo outro todo o amor do mundo, o que é normal, e deve ser assim. Mas nós dois temos a mania absurda de desafiar o mundo, as estações do ano, o jeito de fazer frango, a ditadura e as pessoas burras, e assim, deixamos claro para o mundo que nós somos uma dupla e nos compreendemos. E você compreende.
Que não quero ser igual a você, continuar suas conquistas e perpetuar seu nome, não vejo razão pela qual você não possa fazer isso sozinho. Eu quero seguir o caminho de liberdade que mostrou para mim durante os anos. Eu não tenho para onde ir, mas com certeza saí de algum lugar e essa plataforma impulsionadora é feita do seu corpo, do corpo de minha mãe.
Me surpreende a forma como todas as nossas conversas se transformam em grandes lições, ainda. E, não posso ter certeza, mas ninguém está mais surpreendida do que eu quando, em algum momento perdido no tempo; que nós não temos relógios; passei a, também, dar lições e cobrar virtudes. Jamais imaginei, um dia, me tornar uma igual. Sou uma super-herói também? Acho que estamos os dois surpresos. Mesmo que Erik Herikson nos tenha contado essa façanha do ser humano.

Ser um ser humano com você é maravilhoso. Existir de você, humano, é uma honra.
Brena Bella

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Doces Catástrofes

Preciso de um desastre.

Como um chicote para por escravos na linha.

Preciso de um chicote para pôr sentimentos rebeldes na linha!

Se eu devo ser senhora de mim, domá-los todos, como a cavalos.

Açoitar pata por pata, e o dorso, para ver se me voltam mansos para dentro.

Mas acontece que não são cavalos, minhas emoções, não são.

São baleias; imensas!

Ou pássaros; voadores!

Coisas para que não se usam chicotes...