domingo, 9 de agosto de 2009

Carta que escrevi para o meu pai, no dia dos pais!

Eu não tenho muito que dizer, por que tenho sono, e quando estou com sono e durmo no sofá você me pega no colo e me leva para a cama. Dormindo, eu sonho, e de manhã tenho vontade de lhe contar meus sonhos, por que você os quer ouvir. Quem ouve os sonhos está sonhando junto, e ideologicamente, pensado sobre a vida, nós planejamos nossas vidas juntos. E ainda, sim, livres.
Quando paro para ler o jornal, tenho certeza, podemos ter um pelo outro todo o amor do mundo, o que é normal, e deve ser assim. Mas nós dois temos a mania absurda de desafiar o mundo, as estações do ano, o jeito de fazer frango, a ditadura e as pessoas burras, e assim, deixamos claro para o mundo que nós somos uma dupla e nos compreendemos. E você compreende.
Que não quero ser igual a você, continuar suas conquistas e perpetuar seu nome, não vejo razão pela qual você não possa fazer isso sozinho. Eu quero seguir o caminho de liberdade que mostrou para mim durante os anos. Eu não tenho para onde ir, mas com certeza saí de algum lugar e essa plataforma impulsionadora é feita do seu corpo, do corpo de minha mãe.
Me surpreende a forma como todas as nossas conversas se transformam em grandes lições, ainda. E, não posso ter certeza, mas ninguém está mais surpreendida do que eu quando, em algum momento perdido no tempo; que nós não temos relógios; passei a, também, dar lições e cobrar virtudes. Jamais imaginei, um dia, me tornar uma igual. Sou uma super-herói também? Acho que estamos os dois surpresos. Mesmo que Erik Herikson nos tenha contado essa façanha do ser humano.

Ser um ser humano com você é maravilhoso. Existir de você, humano, é uma honra.
Brena Bella

Nenhum comentário: