sexta-feira, 24 de abril de 2009

Diálogo com o amor do MEU amor

Então eu disse que amor é o quanto se pode oferecer pela vida de seu amado. E contamos em dias. Dias em passados oferecendo a ele todos os seus pensamentos mais importantes. Dias em que o ar foi menos importante. Dias em que o futuro deixou de existir. E dias da própria vida. Posto que me respondesse que coisas assim não existem. Que contos de fadas e músicas de Flávio Venturini são apenas desejos de artistas. Desejos sobre como gostariam que a vida fosse. Posto isso, discordei.

Disse-lhe seguidamente, que, tinha pena dela, existem os contos de fada, e o amor das fadas não é mesmo para qualquer um. Que é uma daquelas coisas que se deve ter lido Lya Luft pra ser capaz de produzir; pois quanto mais velhos ficamos, mais fácil deve ser viver a vida. Quando retrucou que quando crescesse entenderia, me livraria das ilusões, somei ainda a ideia de as complicações serem reais e existentes, mas que só contribuem para o calor. Para fazer de nós um forno ainda mais amante.

Riu de mim. Ri com ela, mas dela. Eu sou adolescente e prepotente. Ela é adaptada e fria. Caída da árvore. Repetiu o meu crescimento e firme entendimento da vida. Invoquei-me silenciosamente e aí respondi.

- Os maduros abusam da própria maturidade. Vivem a dizer que aprenderam da vida. Que o mundo é mais complicado do que nós jovens acreditamos que é. Assim, não sabem o erro que cometem ao negar-nos a saúde da vida!

Ela riu de novo. Então disse-lhe que o amor tem fim por natureza. Que o amor é quando se percebe um fogo. Se alimenta um fogo. Se explode. Parte-se em pedaços. Até encontrar uma outra grande e enormemente nova chama.

- Você que se diz madura e resolvida. Plena na vida. Você perde por sempre perder. Por que de certo sua vida é mais difícil que a minha jamais será. Por que se vive anos de um amor em que não há fogo, não ama. Jamais amou. Enquanto o amor é eterno porque é eterno, por ser eterno. O tempo no amor é o fogo. E dimensiona tudo o que é inflamável. E as horas são inúteis, pois não pegam fogo. Por que não nota o quanto deixaste a vida lhe esmurrar? Aprendeu errado, se deixou abater pelas lições erradas. E você perde. É medíocre. Fria.

Depois, pensei. Numa luz incrível que pudesse criar uma contagem perfeita. Que fizesse com que esses adultos, recém crescidos, percebessem o quanto errado aprenderam. O quanto o amor, o fogo, a paixão, as lareiras, o oxigênio e as centelhas são simples. São puras. Aprenderam com a vida justo o que não deveriam ter aprendido. Por que a vida ensina, mas ensina tudo ao mesmo tempo. Deve-se ser selectivo.

Quando a vida passa a ser mais difícil e mais difícil,é porque aprenderam as coisas erradas. Quando um amor acaba, deve-se aprender, que; acaba porque acaba. Não acaba porque não era real. Só o que é real pode acabar. A mentira nem mesmo começa.

Quando se está feliz de verdade. Se é feliz de verdade. E a felicidade é única coisa com o que não se é possível iludir. A única coisa com a qual não conseguimos enganar a nós mesmos. Não verdadeiramente. Sempre sabemos da felicidade. Feliz é feliz, e simples.

Simples, iluminadamente simples, o amor é mau e é bom. É verdade e é doente. É canhão e, mesmo assim, a bala. E mesmo piegas, é cheio de estilo, vaidoso e se acha o rei dos humanos. Quando é o rei dos artistas, dos poetas, dos músicos e dos bêbados.

- A próxima dose é por minha conta!

Um comentário:

Livia R disse...

E nesse eu chorei!
primeiro, porque aprendi com a vida (na dureza de ser "madura") que existe amor assim... de contos de fada, onde o tempo, o ar e o futuro não importam! Depois, porque por ser real, o meu amor tbm acabou-se! Depois ri....quase que desvairadamente! E conclui, sem nenhum lamento, que serei sempre adolescente!