sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sobre o grande escritor do mundo

Queria ter saído, eu, de um livro de romances!

Porque assim as coisas caminhariam pela vontade de alguém

Como se deus fosse de fato um escritor

E não apenas um criador

Assim as coisas seriam da parte pelo todo

Propositalmente bem encaixadas

E os diálogos não ousariam mais que polissíndetos e aliterações…

E mesmo que as comparações não tivessem em si…

Um como, ou do mesmo modo…

Seriam, assim, propositalmente comparações…

Interligando ainda mais as coisas…

Se fosse eu Capitu pulada da página

E do poder que tinham seus olhos oblíquos,

E fosse meu amor o Pequeno Príncipe…

E dele fosse o amor das raposas…

Então a vida seria mesmo tecida por um só homem com uma pena.

E se fosse assim…

Oh! Vida! Se fosse…

Não seriamos, nós, frutos das vontades…

Vontades nossas e dos outros

Desejos quaisquer de cada um que de fato exista ou tenha existido

Seriamos, então, fruto de uma só coerência.

E não da coerência de tantos que não fazem coerência alguma

Livre então das imprevisibilidades da vida.

Teríamos então o requinte de um final bem pensado,

Um começo arquitetado.

Seriamos, nós humanos e criaturas vivas, plantas à pena de um nobre arquiteto…

Um nome só que tivesse uma mente só, por mais divina que fosse…

Esse escritor nos governaria a caminhos que merecêssemos…

E não seria um Deus cheio de benevolência que muitas vezes tenta em vão

Salvar-nos do que decidimos divino.

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