sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sobre o quão pequenos somos

Eu amo o que eu vejo e ainda mal sei ver

E amo música e ainda mal sei ouvir…

Amo o que ainda me é tão pouco…

Então se amo o que ainda é,

E gosto das coisas como as sinto agora,

E mal posso caber em mim de tanto amor por elas que sinto!…

E mal posso vê-las pela metade, quem diria por completo?!…

E não agüento o quanto imensas elas já são dentro de mim…

Se isso, o quê de quando forem de seu tamanho real?

Ou mesmo pouco maior do que as posso sentir?

Se sinto-as tão pequenas partes de mim

E ainda assim me sinto transbordando delas,

Serei eu cada vez maior e mais sensível do que sou?

Serei eu cada vez menor e me conformarei com a ignorância de não saber da totalidade das coisas, sem nem mesmo tê-las buscado?

O que será de mim quando eu ouvir tudo o que a música tem para tocar…?

O que será de mim quando eu puder ver tudo o que ainda falta para ver…?

Explodirei de tanto, e acabarei?

É assim o verdadeiro final das coisas?

Encher-se de tudo como um balão e finalmente não caber mais?

E será que todas as coisas chegarão um dia a caber tudo o que há?

Que coisa será eu? Caberei eu um dia em mim mesma?

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